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Combinado entre founders: como criar uma parceria de sucesso

Encontrar o que é importante para cada um dos fundadores é premissa para evitar muita dor de cabeça no futuro

Uma das razões mais comuns para negócios morrerem é briga entre os fundadores.

O CB Insights, principal fonte de dados sobre Venture Capital, atribui 21% das mortes de startups a esse desalinhamento - 14% por não ter o time correto e 7% por pura desarmonia.

Eu acho que pode ser bem mais do que esse percentual. Quando a coisa azeda, você encontra qualquer outro motivo para encerrar a relação.

É o velho e nem tão bom “o problema não é você, sou eu”. Ou o contrário.

Há também o grande número de negócios que capengam e sofrem porque perderam uma pessoa chave, ou que precisam comprar a participação de um sócio que saiu da operação, ou que simplesmente não evoluem porque cada pessoa tá puxando para um lado.

É raro, mas acontece sempre.

E a gente não queria que acontecesse aqui no Growth Insight.

Nem eu (Collins) e nem o Witt temos muito tempo a perder. Então precisamos alinhar os ponteiros para essa parceria.

👀 TL; DR - Um resumo do que você vai ler

- Como founders alinham os ponteiros

- Porque isso é importante para o negócio

- Como nós fizemos isso

- Expectativas de cada um para o projeto

Combinar bem para não ter braço de ferro.

Criar esse negócio aqui leva tempo, dá trabalho, consome massa encefálica, contribui para os cabelos brancos e põe a nossa reputação em jogo. Vários fatores jogam contra uma nova empreitada.

  • Somos dois diretores de marketing que trabalham muito no “negócio principal”, com agenda agitada e bastante esforço.

  • Somos dois pais dedicados, cada um com uma cria que demanda muita energia e carinho (e não abrimos mão disso).

  • Somos dois nerds que adoram qualidade e conteúdo profundo - coisa que demora e você não consegue fazer em cinco minutinhos.

  • Somos dois caras que não conseguem viver com o fato de começar algo e deixar morrer por falta de tempo, vontade ou foco.

  • A gente é amigo, e isso pode contar a favor quando as coisas estão boas, ou contra quando o caldo azeda - inclusive rompe amizade.

  • Há quem diga que ambos têm problemas severos de atenção e que precisam se cobrar ou re-encantar com algo sempre.

  • Os dois são Felipe’s e gostam de sneakers. Não sei como isso correlaciona com os anteriores nem nada, mas é verdade.

Isso aqui é legal demais pra morrer por bobagem.

E vai virar um business bem legal baseado em conteúdo.

Então seguimos um template simples de alinhamento entre sócios, que eu vi lá no Hampton - comunidade para empreendedores ricos criada pelo Sam Parr (o mesmo que vendeu o The Hustle para o Hubspot) e pelo Joe Speiser (empreendedor com 3 exits multimilionários nas costas).

Compartilhamos um Google Docs com os seguintes intertítulos, seguidos de respostas que não ultrapassaram oito bullets de uma ou duas linhas:

  • O que é importante para mim

  • O que eu penso de um projeto de conteúdo

  • O que eu não quero

  • Como é trabalhar comigo

Aqui o documento quase na íntegra (tem informação que vou ocultar por privacidade nossa).

Felipe Collins’s POV

O que é importante para mim:

  • Ganhar audiência e reputação para monetizar de outras formas.

  • Ter lucro no projeto, mas re-investir para crescer até um ponto ótimo.

  • Quero ser grande e chegar em XXX mil seguidores na news. Rápido.

  • Tem que ser algo divertido de fazer e não um fardo.

  • Priorizar qualidade e audiência em cima de dinheiro barato.

  • Aumentar o meu network com pessoas que eu admiro.

O que eu penso de um projeto de conteúdo

  • Ter liberdade para escrever o que quiser (temas e POV)

  • Fazer conteúdo que seja legal para mim mesmo (como leitor)

  • Manter a qualidade e profundidade sempre

  • Conteúdo sério com um tom de voz divertido (sem ser bobalhão)

  • Adoro falar e podcasts, e acho que vídeo pode ser um asset enorme.

  • Se tivermos sinais de escala e potencial financeiro, vale tentar priorizar como negócio (ou cogitar um M&A).

O que eu não quero:

  • Não fazer clickbait e nem entrar em falsa polêmica

  • Não quero ficar me “lançando” e nem corroer minha reputação

  • Não ter trabalho burro (ex: cortes de podcast, coisas muito manuais)

  • Não depender do projeto como única fonte de receita

  • Carregar e nem ser carregado. Precisamos ter um “eject mode”, onde quem não contribui por X tempo deixa de fazer parte.

Como é trabalhar comigo:

  • Eu sou um editor muito bom, mas razoavelmente duro (CORNETA).

  • Eu me importo com feedback do público e respondo todo mundo.

  • Não posso entrar no jogo da motivação, se não fico inconstante.

  • Eu entro na rodinha do rato e começo a cavar bastante coisa.

  • Eu sou ansioso. Bastante.

  • Eu me importo demais com a minha palavra, sou justo e não gosto de ficar barganhando. Fio do bigode funciona bem.

Felipe Witt’s POV:

O que é importante para mim:

  • Construir reputação como um 'asset' de longo prazo.

  • Construir algo que me ajuda a ter segurança e independência no futuro.

  • Construir algo bom exige dedicação, mas o custo de construir qualidade de vida futura não pode ser sacrificar a qualidade de vida presente.

  • Investir no negócio é prioridade, mas minha ambição inicial é chegar em XX mil de pró-labore para os sócios.

O que eu penso de um projeto de conteúdo

  • Acredito no potencial do projeto e acho que a nossa ideia não representa o todo, mas o que é possível construir hoje.

  • Criar para pessoas, não para redes sociais.

  • Quero construir um posicionamento baseado em qualidade. Quantidade não contribui pra isso.

  • Quero construir um projeto pautado em garantia de retorno, pagando o preço do tempo.

  • Fortalecer/criar a rede de contatos.

  • Qualquer projeto pode ser fulltime se houver uma combinação de dinheiro + potencial na mesa.

O que eu não quero:

  • Ser escravo do algoritmo

  • Não quero entrar no modo "fórmula de lançamento"

  • Trabalhar sozinho. Prefiro que criação, esforço e sucesso sejam compartilhados.

  • Sofrer para criar.

Como é trabalhar comigo:

  • Sou melhor quando tenho tempo para pensar e ponderar antes de responder.

  • Absorvo bem mesmo os feedbacks mais duros.

  • Não priorizo a comunicação quando preciso produzir, preciso tomar FUP.

  • Não gosto de conversas prolixas, espero organização mesmo de ideias abstratas.

  • Sou péssimo na comunicação assíncrona

Documento criado, um pouco de comentários de cada lado.

Boom. Estava configurada a pedra fundamental do Growth Insight.

Agora é só executar até conseguir alcançar tudo que a gente prometeu.

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Inté,

Collins

Terminamos com uma singela homenagem ao Akira Toryiama, criador do Dragon Ball. RIP.

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